Peritonite infecciosa felina
A peritonite infecciosa felina, mais conhecida pelo acrônimo PIF, é uma síndrome viral contagiosa entre os felinos, que contamina o intestino, o fígado, os rins, o cérebro e e todo o sistema nervoso dos animais, levando à formação abcessos nos órgãos afetados.
A peritonite infecciosa felina é transmitida por meio de contato com as fezes contaminadas, o que ocorre, sobretudo, quando diversos gatos dividem uma mesma liteira. Pode também ser transmitida aos filhotes de gatas doentes, por meio do leite. Contudo, trata-se de um vírus que ataca exclusivamente os felinos, não oferecendo assim risco de contágio aos seres humanos.
Dentre os principais sintomas, estão a perda de apetite, emagrecimento rápido do animal, anemia, diarreia, febre constante, abdômen distendido, e inchaço nos gânglios linfáticos. Não há cura para a PIF, sendo que, após a contaminação, o gato vive por, no máximo, dois anos. Ainda não há vacina eficaz contra essa doença. Normalmente, quando os sintomas se agravam, é praticada a eutanásia, visando minimizar o sofrimento, tendo em vista que as manifestações dos sintomas dessa doença, em sua fase terminal, causam dores intensas no animal.
Atualmente acreditasse que a forma de contaminação mais prevalente, é a de mutação do coronavirus em virus da PIF. Mesmo em locais onde haja gatos já positivos, a forma de contagio animal para animal, não parece ser a mais comum. Por isso, mesmo um gato único, preso num apartamento, pode de repente desenvolver PIF, porque o coronavirus que ele tinha resolveu mutar.
Ainda não se sabe ao certo porque o virus muta, mas já sabem que existem fatores predisponentes, como hereditariedade, stress, estado de saúde geral do animal, entre outras coisas.
Podem ocorrer problemas secundários no fígado e rins.
Os gatos podem ser portadores assintomáticos do vírus.
Os filhotes são infectados antes do nascimento ou nas primeiras 5 semanas de vida.
A via de transmissão do vírus pode ser oral, respiratória ou parenteral. O tempo de incubação é variável.
Existe uma cepa mais virulenta do vírus que mata rapidamente. Mas a maioria das infecções ocorre pela cepa menos virulenta.
A virulência depende da cepa do vírus, da resistência do organismo do gato e da sua resposta imunológica ao vírus. Se ele possui uma boa resposta imunológica tem boas chances de sobreviver.
O uso da vacina ainda é controverso.
Tratamento:
a) Não há tratamento específico.
b) Prednisolona (corticóide) e cilcofosfamida têm levado à melhora temporária.
c)Tratamento de Suporte: nutrição adequada, fluidoterapia, retirada de líquidos das cavidades abdominal e torácica, analgésicos, antibióticos, vitaminas.
d) Interferon
Observação: Já foram relatados pouquíssimos casos de remissão espontânea da PIF.
Prevenção:
Filhotes são imunes até 6 a 7 semanas de idade. Por isso devem ser isolados de animais positivos, inclusive da mãe, após cerca de 5 semanas de idade.
Retirar gatos positivos para Leucemia Felina da reprodução.
Diminuir o stress, evitar superpopulação, oferecer ração de alta qualidade e realizar limpeza adequada do ambiente também são medidas muito importantes.
Síndrome urológica felina
A síndrome urológica felina consiste num conjunto de problemas que surgem nos felinos com o avanço da idade. O animal afetado apresenta problemas inflamatórios no sistema urinário, dentre os quais destacam-se a cistite, uremia e formação de cálculos renais e na bexiga.
O principal sintoma consiste na dificuldade e dor ao urinar; algumas vezes nota-se a presença de sangue na urina. As causas dessa doença estão ligadas à alimentação do animal, além de fatores genéticos que implicam uma predisposição à sua ocorrência. O tratamento consiste na aplicação de medicamentos contra as dores e a infecção, além de um rigoroso controle na dieta do animal. Deve ser oferecida água limpa em abundância e rações que não tenham acidificantes em sua formulação, ou apresentem elevados índices de magnésio.
Com uma alimentação adequada, há uma considerável diminuição da probabilidade de formação de cálculos no sistema urinário. Existem no mercado diversas rações balanceadas para diferentes tipos de gatos, variando de acordo com diversos elementos, como a raça do animal, sua idade, sexo, se é castrado ou não. É até mesmo possível encontrar rações específicas para gatos portadores da síndrome urológica felina, capazes de reduzir o pH urinário e melhorar o funcionamento dos rins, auxiliando na dissolução dos cálculos existentes e prevenindo a formação de novas calcificações.
O diagnóstico das urolitíases em gatos é baseado nos dados de anamnese e exame clínico , sendo importante a confirmação do mesmo através dos exames complementares como ultra-sonográfico e/ou radiográfico , bem como os exames laboratoriais , como urinálise e urocultura.
O exame radiográfico simples , normalmente é considerado suficiente para confirmação do diagnóstico pois na maioria dos casos , os cálculos são radiopacos. Quando se tratar de cálculos de urato de amônia, que apresentam características radiotransparentes , é necessário o uso de radiografia contrastada como a urografia excretora ou uretrocistografia.
Deve-se levar em conta o exame de urina , com especial atenção em relação ao pH urinário , à presença de eventuais cristais e bactérias , e a identificação dos mesmos. No diagnóstico das urolitíases torna-se imprescindível a identificação do tipo de cálculo para que medidas adequadas, em relação ao tratamento, sejam preconizadas.
O tratamento da urolitíase felina pode ser dividido entre o tratamento das duas entidades clínicas , ou seja , obstrução uretral e cistite. O tratamento da obstrução , se trata de uma emergência , devido ao risco do paciente vir a óbito , baseia-se no alívio da obstrução , correção dos efeitos sistêmicos da insuficiência renal e na prevenção da recidiva
A terapêutica emergencial baseia-se na sedação do animal e cateterização uretral para restabelecer o fluxo urinário, fazendo-se em seguida uma lavagem vesical com mucolíticos e solução fisiológica. Caso haja dificuldade para sondagem uretral, pode-se fazer a cistocentese.
A impossibilidade de aliviar a obstrução com medidas clínicas é uma indicação para a imediata intervenção cirúrgica.
Em recentes estudos , vários autores recomendam a preconização do tratamento não cirúrgico , com a dissolução dos cálculos através de dietas específicas evitando-se todos os riscos que envolvem o ato cirúrgico , e que tem demonstrado ser um excelente método para eliminação das cálculos , principalmente os de estruvita.
O tratamento da urolitíase apresenta variações e está na dependência do tipo do cálculo , tornando-se de fundamental importância a identificação da causa que acarretou a formação dos mesmos.
Em suma , o tratamento está dirigido tanto no sentido de destruição do cálculo quanto na prevenção de sua recidiva . Isto é realizado pela formação de uma urina diluída , de acordo com o tipo de cristal do cálculo . O tratamento específico apropriado não pode ser instituído sem o conhecimento do tipo de cálculo.
Cálculos como os de urato de amônia , oxalato de cálcio e fosfato de cálcio não possuem protocolos clínicos que promovem a dissolução dos mesmos , sendo a remoção cirúrgica , a maneira mais confiável de remoção desses cálculos do trato urinário.
Em casos de cálculos de estruvita , os componentes fundamentais na indução da dissolução são : a redução do pH urinário para aproximadamente 6,0 e a redução do magnésio urinário por meio do consumo de dietas com restrição de magnésio.
A administração de antibióticos de acordo com o antibiograma deve ser uma medida recomendada.
A preconização da dieta calculolítica tem como objetivo principal reduzir a concentração urinária de uréia, fósforo e magnésio, diminuindo assim , a disponibilidade de substrato para a formação do cálculo.
Os alimentos que podem ser recomendados no tratamento da dissolução dos cálculos de estruvita estão descritos abaixo.
DIETA CASEIRA
450g carne de frango cozida
110g fígado cru ou cozido
1 xícara arroz cozido
1 colher das de chá óleo de cozinha
1 colher das de chá carbonato de cálcio
60 - 90 ml água
Misturar todos ingredientes
Rendimento : 800g
Fornecer : 110 à 230g / gato / dia
As dietas calculolíticas devem ser oferecidas por no mínimo dois meses e o acompanhamento do tratamento deve ser monitorizado através de exames radiográficos e urinálise , mantendo um pH < 6 , uréia <10mg/dl, e d < 1.020 , sendo a recidiva muito frequente.
Fonte: wikipedia
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